delicio-me com o teu despertar. sinto o teu corpo ainda quente, e não é do Sol, porque ele está inexistente,
é a chama da nossa noite, ainda viva, ardente. olhas-me, mas eu não. mantenho-me de olhos fechados, preferindo sentir todos os teus movimentos. os teus lábios humedecem os meus, a tua mão afaga o meu rosto.
sinto os teus cabelos, selvagens mas...
alinhados com o toque dos teus dedos. transpiras em mim todo o teu sabor, os teus seios beijam o meu peito, os teus braços abrem os meus, e tudo o mais que te completa... escala o desassossego que despertas em mim.
olhas-me, mas eu não.
resisto, não sei como,
e mantenho-me de olhos fechados. prefiro sentir o teu corpo, endiabrado, desafiando o meu que, embora não te pareça...